quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tudo certo!

Fui pra Tupi Paulista nesse último final de semana.
Peguei um moto táxi às 2 horas da manhã, o Tiozinho foi conversando comigo os cerca de 10 minutos que dá de casa até a rodoviária. Eu não entendia uma palavra que ele falava na frente e respondia, toda vez que eu achava que ele tinha parado de falar, coisas vagas do tipo: "Uia rapaz!", "Humm...", "Você viu só?", "Que coisa hein", "E a gripe?".
Paguei o Tiozinho quando chegamos na rodoviária, mandei um "falou aí", ele me chamou, eu virei e ele falou:
- Devolve o capacete.

Nesse momento ia por terra meu plano perfeito de roubar o capacete dele.

Eu tinha esquecido de tirar e devolver o capacete. A vergonha veio bem no momento que uma Senhora que estava vendo a cena (ou como a Sasha escreve, "sena"), que era totalmente risível mesmo, começou gargalhar.
Devolvi o capacete e corri para comprar a passagem.
Cheguei no guichê e o cidadão que estava atendendo fedia suor num tanto que fez meu nariz doer quando inalei o odor. Ele estava atendendo um cidadão que procurava um casal que estava chegando em Maringá pela empresa então eu me afastei pra tentar não sentir o cheiro e esperei. Ele procurou, procurou de novo, e mais uma vez os nomes na lista que ele tinha no computador, após 20 minutos de uma torturante procura, ele conseguiu chegar numa brilhante conclusão de que os nomes não estavam na lista.
Isso era próximo de 2:30 da manhã.

O Carinha perguntou:
- Que horas o ônibus deles chega aqui em Maringá?
O Atendente respondeu:
- Já está chegando.
O Carinha insistiu:
- Que horas?
O Atendente disse:
- Lá pelas 4:00 ou 4:30 o ônibus chega.
O Cara perguntou:
- E isso você acha logo?

O Carinha foi saindo e eu comecei a rir.

Cheguei no guichê e disse:
- Gostaria de comprar uma passagem pra Tupi Paulista para o ônibus das 2:30 da manhã.
O Atendente respondeu:
- Ishhh! Só tem pra segunda feira.
Falei:
- Mentira! Acabei de ligar na empresa e o cara que atendeu falou que ainda tinham 5 passagens, que eu podia vir até aqui porque daria tempo de comprar.
O Atendente respondeu:
- Tô olhando aqui e só vai ter pra segunda mesmo.

Bateu raiva, um sentimento de não saber o que fazer, o cheiro de suor que fazia meu nariz arder, tristeza por achar que ia perder a “sessão desenho” do SBT no sábado de manhã.

Falei:
- P**rra! Segunda é quando eu quero voltar.

Comecei a andar pra ir pegar outro moto táxi pra ir embora e o Atendente sorrindo falou:
- Tô brincando cara. Tem passagem pra hoje sim.

A raiva aumentou e junto veio uma vontade de matar aquele fedorento.

Comprei a passagem sem abrir a boca e tentei aparentar uma forma calma.

Ele disse:
- O ônibus está atrasado e vai chegar aqui por volta das 3:10 da manhã na plataforma ##!

Só prestei atenção na informação do ônibus atrasado e pensei: "Meio f**dido... f**dido e meio". Comecei a ir para perto da plataforma para achar um lugar para sentar. Procurei o número da plataforma no bilhete de passagem, vi que não tinha e tive que voltar. Voltei para o guichê e com alguma distância para não sentir o cheiro do fedor, falei:
- Desculpe o lapso, que plataforma você disse?

Mesmo assim o cheiro chegou até meu nariz.

O Atendente respondeu:
- Plataforma 22, Campeão!

Campeão? Eu merecia aquilo. Com certeza eu merecia.

O ônibus chegou 3:05 da manhã. Comecei a dormir por volta de 3:30 da manhã. Acordei 6:00 da manhã com um empregado da empresa gritando dentro do ônibus:
- 15 MINUTOS!

Assim como todo mundo eu acordei assustado achando que estava sendo assaltado. O empregado vendo todos acordados falou baixinho:
- 15 minutos para limpar o ônibus e tomar café.

Pensei: “Ufa, não levaram todo meu dinheiro”.
Respirei aliviado pelos 86 centavos que eu tinha na carteira.

Paramos no posto quando batia no relógio 6:40 (da manhã) e fui tomar um café para esperar os 15 minutos. Nesse intervalo uma mocinha veio com uma daquelas perguntas difíceis que só eu consigo responder:
- Moço, porque eles estão limpando o ônibus?

Não sei se ela achou que eu era empregado, dono da empresa, um representante que tem contato com o pessoal da empresa ou um centro de informações.
Com a cordialidade de um cara que depois de ter sido acordado com um grito e de ter dormido só três horas eu respondi:
- Porque estava sujo.

Ela não entendeu que no fundo eu quis dizer "que pergunta idiota, não tô afim de conversa, se manda" e começou a conversar:
- Qual seu nome? O que você faz? De onde você é?
Repondi:
- Marcelo, Economia, Tupi Paulista.

Ela fez um comentário que me fez falar que ia ao banheiro.

Foi assim:
Ela:
- Humm, que legal! Você gosta de Agronomia?
Eu:
- Sim! Vou ao banheiro.

Continuamos a viagem depois dos 15 minutos de espera, às 7:15 da manhã.
Alguns quilômetros depois, para nossa sorte, estourou um pneu do ônibus. Ficamos mais "15 minutos" parados.

Chegada prevista em Tupi Paulista: 7:00 horas da manhã. Horário de chegada: 9:20 da manhã.

Cheguei em casa e minha mãe me perguntou:
- Fez boa viagem?
Respondi:
- Opa!

Quando você quiser um pouquinho da minha sorte é só pedir, tá?

ps: Será que você foi capaz de perceber que todos esses fatos aconteceram "de manhã".

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