segunda-feira, 12 de julho de 2010

God on Trial

Excertos do filme God on Trial (2008), em que judeus presos em um campo de concentração realizaram supostamente um julgamento de Deus acerca de seus motivos e caráter para com o povo escolhido.

Quantas estrelas vocês acham que há no universo?
Desculpem, mas antes de antes de morrer, fui físico, em Paris. Há mil milhões de estrelas na nossa galáxia, só na nossa galáxia.
E Deus fez todas aquelas estrelas?
Certamente. O profeta Amos nos diz.
Para que?
Perdão?
Ele fez mil milhões de estrelas unicamente na nossa galáxia.
Em quantas delas há planetas que não conhecemos?
E ainda assim, toda a Sua atenção está focada num pequeno planeta junto à borda de uma espiral exterior.
E nem sequer com o planeta todo!
Só com os judeus.
Este homem, que criou mil milhões de estrelas, fez um contrato com os judeus.
Só com os judeus.
E nem sequer com todos os judeus, não, não. Porque judeus como eu não contam.
Então me respondam isto: Se Ele amava tanto os judeus, por que ele fez todo o resto?
Por que ele não encheu o universo com judeus ao invés de estrelas?
Qual era o interesse?
Não sabemos o interesse.
Me parece também incrível, que de todo universo, Ele tenha escolhido a nós.
Não é surpreendente.
É uma loucura!
É simplesmente incorreto.
Os recém nascidos pensam que são o centro do universo.
Pensam que fazem leite mamando, acreditam que o mundo desaparece quando fecham os olhos.
Eles estão errados.
Na idade média os homens pensavam que o sol girava ao redor da terra, estavam enganados.
É uma ilusão causada pelo ponto em que estivermos.
E o mesmo acontece com Deus. O mesmo.
Portanto pensem. Por favor, apenas pensem. No passado uma nação podia ter cerca de 50 deuses, um para fazer crescer o milho; outro para fazer subir o rio, sei lá. Os homens criam suas sociedades à imagem dos seus deuses, e por demais, as sociedades com muitos deuses têm muitos líderes, diferentes centros de poder. Dão boas-vindas a estranhos e a novas ideias, como os egípcios. Seguidamente mais tarde, vieram os judeus com a sua grande ideia. Uma grandiosa ideia: Só há um Deus.
Incrível.
E o que acontece? Eles criam uma sociedade na qual, todos os poderes estão concentrados nas mãos de um homem, de um rei.
Uma sociedade eficaz.
Uma embarcação firme.
E têm esta ideia que Deus os ama mais que a todo o resto. Prosperam, mantêm este Deus para eles próprios, tratam de se isolar. Mas mais tarde chega alguém com uma ideia ainda melhor: os cristãos. Eles dizem sim, só há um Deus, mas não ama só os judeus, ama todo mundo. Devemos conquistá-los todos.
Os romanos adoraram isto.
Converteram-se.
Conquistaram todos.
Um Deus.
Um rei.
É assim que funciona.
Funciona à volta do poder e a guerrear, e vocês, perderam.
Mas pelo caminho os romanos desapareceram.
Por quê?
Porque alguém teve uma ideia melhor, Hitler teve a ideia, haja só um Deus, e esse sou eu.
E neste lugar Hitler é Deus, não é?
Correto, mas nós ainda estamos aqui.
Ainda estamos aqui esta noite.
Existe uma vespa, chamada de Ichneumonidae.
Põe os seus ovos dentro das lagartas. Os ovos chocam e logo a seguir as larvas da vespa comem a lagarta por dentro. Comem para sair dentro dela.
Que tipo de Deus criava algo assim?
E ainda assim, desculpem. Só peço que vejam as coisas não como bebês, mas como homens, homens de razão.
Usem a razão.
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A acusação é que Deus quebrou o pacto com o povo judeu.
Quem nos guiou para fora do Egito?
Deus nos guiou para fora do Egito.
Outra pergunta: Por que estivemos muito antes no Egito?
Porque houve uma fome e por conseguinte nos refugiamos lá.
Quem enviou a fome?
Bem, sobre a fome não sabemos muito…
Deus enviou a fome.
Então Deus nos mandou para o Egito e Deus nos tirou do Egito.
Exatamente.
E a seguir nos tirou da Babilônia, com esse objetivo.
E quando nos tirou do Egito, como o fez?
Com palavras, visões? Um milagre?
Moisés perguntou ao faraó.
E quando o faraó disse a ele que não?
As pragas.
Primeiro Moisés converteu a água em sangue, depois Deus mandou uma praga de sapos, depois uma praga de mosquitos, depois uma praga de moscas, a seguir matou o seu gado, depois uma praga de furúnculos, depois de granizo que destruiu as colheitas, árvores e estruturas por todo o lado, exceto em Goshen, onde os israelitas viviam.
E ainda assim o faraó não concordou.
E depois a praga de gafanhotos e os dias de escuridão, e por último o quê?
Deus matou o primogênito do faraó e isso nos libertou do Egito.
Ele matou o primogênito, desde o primogênito e herdeiro do faraó, ao primogênito dos escravos nos moinhos.
Ele os matou todos.
Ele matou o faraó?
Não, acho que não, porque mais tarde foi o faraó que disse não, mas Deus lhe permitiu viver ao invés disso matou as suas crianças.
Todas as crianças.
E depois o povo de Israel pôde sair, levando consigo o ouro e a prata e as jóias e vestimentas dos egípcios.
E Deus afogou os soldados que os perseguiam.
Ele não fechou as águas logo para que soldados não os perseguissem esperou que já estivessem lá dentro e seguidamente fechou as águas.
E depois o que aconteceu?
Depois o deserto, e finalmente a terra prometida.
Espere, a terra prometida, estava vazia?
Um lugar novo, sem cultivos?
Não, havia... Como está escrito? “Quando o Senhor, seu deus, te leve à terra, sacrificará muitas nações perante vocês, nações mais grandiosas e mais poderosas que vocês.
Vocês as aniquilarão e destruirão por completo e não farão nenhum pacto com eles e não lhe irão mostrar nenhuma misericórdia perante eles”.
Ele nos mostrou seu favorecimento, nós somos o Seu povo.
E Ele nos deus um rei em Saul.
Agora, quando o povo de Amalek luta contra o povo de Saul, o que é que Deus, nosso senhor, nos ordenou?
“Esmaga Amalek. Lança-lhe uma maldição”.
Mostrou Saul misericórdia em poupar alguém?
- “Não o poupe”.
- “Não o poupe, mas mate. Mate o homem, a mulher, bebês recém nascidos, bois e ovelhas, camelos e burros”.
Então, Saul se preparou para cumprir isto, e pelo caminho, se encontrou com os kenitas.
Bem, este não era o povo de Amalek, não tinha desavenças com eles, os encorajou a fugirem.
E Deus, nosso senhor, ficou contente com a misericórdia de Saul?
Com a justiça de Saul?
Não, não ficou.
E quando Saul decidiu não massacrar todo o gado, para assim alimentar o seu povo, ficou Deus satisfeito com sua prudência? Sua caridade?
Não.
Não, não ficou.
Ele disse, “você rejeitou a palavra de Adonai, e como tal, ele o rejeitou como rei”.
Desta forma, procurando agradar o Senhor, nosso deus, Samuel trouxe o rei Agag e o despedaçou perante o Senhor em Gilgal.
Depois de Saul veio David, que tomou Batsheba, a esposa de Uríah, o hitita, para si mesmo, planejando um assassinato a Uríah contra a vontade de Deus.
Deus castigou David?
De certa forma.
Castigou Batsheba?
- De certa forma,
Quando?
- Adonai disse, “já que pecou, a criança morrerá”.
Perguntou anteriormente, quem castiga uma criança?
Deus o faz.
Agora, a criança morreu rapidamente, misericordiosamente, sem dor?
No capítulo 12, concluímos que na realidade sete dias... Sete dias, que a criança passou agonizada em dor enquanto David se envolvia em sacos, cinzas, jejum e procurou mostrar sua dor a Deus.
E Deus ouviu?
A criança morreu.
Essa criança achou que Deus foi justo?
Pensaram os amalekitas que Adonai foi justo?
Pensaram as mães do Egito, as mães pensaram elas que Adonai foi justo?
Mas Adonai é nosso deus certamente.
Mas então Deus não fez os egípcios?
Não fez os seus rios, e crescer as suas colheitas?
Se não Ele, então quem?
Talvez um outro Deus qualquer?
E para que Ele os criou? Para castigá-los? Para os matar de fome, para os aterrorizar, para massacrá-los?
O povo de Amalek, o povo do Egito como foi para eles quando Adonai se virou contra eles?
Foi assim.
Hoje houve uma seleção, não foi?
Quando David derrotou os moabitas, O que ele fez?
Ele os fez deitarem-se no chão em filas, e escolheu um para viver e dois para morrer.
Nós nos tornamos os moabitas.
Estamos aprendendo como foi para os amalekitas.
Enfrentaram a extinção nas mãos de Adonai.
Morreram pelo Seu desígnio, caíram, como nós estamos caindo.
Tinham medo, como nós temos medo.
E o que eles aprenderam?
Aprenderam que Adonai, Senhor nosso Deus, nosso Deus não é bom.
Ele não é bom. Nunca foi bom, só esteve apenas do nosso lado.
Deus não é bom.
Ah, no princípio, quando Ele se arrependeu de ter feito os seres humanos que inundaram a terra, por quê?
O que fizeram eles para merecer a aniquilação?
O que poderiam ter feito para merecerem tal massacre?
O que poderiam eles ter feito de tão mau?
Deus não é bom.
Quando pediu a Abraão que sacrificasse o seu filho, Abraão deveria ter dito “não”!.
Deveríamos ter ensinado o nosso Deus a justiça dos nossos corações.
Devíamos tê-Lo enfrentado, Ele não é bom, é simplesmente forte. Simplesmente tem estado ao nosso lado.
Quando nos trouxeram aqui, no trouxeram num comboio.
Um guarda me deu um estalo, em seus cintos tinha escrito, “Gott mit uns”, “Deus está conosco”.
Agora quem vai dizer que não está?
Talvez esteja.
Haverá mais alguma explicação?
O que vemos aqui?
Seu poder, Sua majestade, Sua força.
Todas estas coisas, mas viradas contra nós.
Ele continua sendo Deus, mas não o nosso Deus.
Ele se tornou o nosso inimigo.
É isso que aconteceu ao nosso pacto.
Ele fez um novo pacto com mais alguém.
Estamos agora entrando nas câmaras de gás.
Então declararam a Ele culpado?
Declararam Deus culpado, sim, por não cumprir o contrato, por quebrar o pacto conosco.
A cada dia 6.000 pessoas foram gaseadas aqui.

Um comentário:

  1. belo tema Marcelo, eu tenho uma visão bem pessoal desse tema. Pra mim, as pessoas usam Deus como uma muleta, ou bengala e não aceitam seus próprios erros colocando assim culpa que é da pessoa em em Deus. Deus não faz nada por nós, nem atrapalha que façamos, quem busca a luz somos nos mesmo, por nossa força e nossa determinação. A busca da paz está na sua crença em um determinado Deus, seja ele qual for, mesmo q seja um sofá Deus... Se vc acreditar que ele é o seu Deus, vc encontrará a paz necessária.

    Abraços

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